Mascarado por um passivo social, o poder público em todas as esferas no Brasil, vêm negligenciando no cumprimento da equidade de direitos de forma perigosa. Esse passivo social tem servido de justificativa para a transgressão como forma de premiar compensatoriamente os menos favorecidos, pelas injustiças acumuladas por décadas.
Com essa visão, e como é muito mais fácil empurrar o problema para frente, os prefeitos e governadores são tolerantes com a informalidade no comercio, fazendo uma concorrencia desleal aos estabelecidos formalmente, a consequencia é o recolhimento de menos tributos e menos empregos formais.
O jogo de Bicho foi durante muito tempo citado como um gerador de emprego e renda e tolerado, essa máscara serviu para encobrir uma monumental corrupção policial e judiciária que acobertou a contravensão e evoluiu para a formação de verdadeiros cartéis do crime organizado.
O movimento dos sem terra por sua vez invade, esbulia a posse, destroi património público e privado e fica impune, também, por conta de que são "coitadinhos", vítimas da injustiça social que o país ofereceu ao seu povo.
O grande equivoco é que a transigencia verificada no Brasil de hoje não corrige o passivo social alegado pelos movimentos.
Instalou-se no país um tipo de pessoas que fazem da ação social profissão e meio de vida. Representam os menos favorecidos, reivindicam em nome destes, agem usando pessoas como massa de manobra e recebem do poder público soluções paliativas, ou em forma de beneficios diretos como empréstimos subsidiados e donativos ou em forma de transigencia de obrigações, prejudicando outros grupos sociais, como é o caso das invasões de terras, dos camelos que se instalam na porta do comercio estabelecido, dentre outras mazelas.
Os benefícios diretos não chegam a maioria de seus reais destinatários e as transigencias de obrigações favorecem sobre maneira os dirigentes profissionais dos movimentos de "injustiçados", sem nenhuma solução definitiva.
Esse tipo de comportamento enfraquece as instituições o "Estado" que cumpre cada vez o seu papel de forma peor, levando a um circulo vicioso que prejudica a distribuição de renda e provoca mais injustiça social.
Há de surgir alguma maneira de se romper esse ciclo de empobrecimento perverso que só contribui para que a injustiça social que sempre serviu de pano de fundo para que a DEMAGOGIA SOCIAL tenha se instalado no Brasil.