sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Campanha Eleitoral, cronograma e atropelo

Seguir um cronograma de campanha política é fundamental para o sucesso de qualquer candidato a cargo eletivo em eleição direta, seja na esfera municipal, estadual ou federal.
O maior inimigo dos candidatos, ou pre-candidatos é ele mesmo, através de sua ansiedade que o induz a atropelar um cronograma razoável de campanha, que tem um tempo certo para cada ação, para cada atividade.
Esse cronograma é de uma forma genérica, comum a todos os candidatos e partidos, cabe a cada campanha simplesmente adequar a ações específicas, mas na essência tudo é igual.
Por exemplo, existe um prazo para que as pessoas interessadas  em concorrer a um cargo eletivo estejam filiados a um partido político pelo menos um ano antes das eleições, o que para o próximo pleito ocorreu em 7 de outubro último.
As ações que antecederam essa data foram especialmente para que os partidos formasses seus elencos, seu plantel que estará habilitado a concorrer as eleições. 
Após esse prazo, a situação entra em uma aparente calmaria, tempo destinado aos partidos e aos candidatos em solidificar alianças com outras agremiações.
Esse período é especialmente delicado, as candidaturas majoritárias devem se aproximar umas das outras, nas diversas agremiações políticas sem se impor como candidato absoluto mas sim como pre-candidato de uma possível aliança, a auto-determinação de "candidato" neste período, soa como imposição e certamente afastará um possível aliado. Os candidatos mas ansiosos e auto confiantes, aqueles que "se acham", conseguem tantas alianças quanto o sucesso daquele rapaz que aborda uma moça desconhecida e antes de saber o seu nome a convida para passar algumas horas no motel mais próximo.

Apresentar neste período planos de governo, escritos de forma monocrática para um grupo de outras agremiações políticas é se apresentar com uma falsa onipotência aos olhos dos seus pares, que certamente selará a desunião.

Os pre-candidatos devem neste período se limitar a conversas que induzem ao grupamento com outras agremiações e para isso é até interessante que se pense em um plano de governo elaborado pelo grupo, especialmente nas cidades com menos de 200 mil habitantes, onde não há segundo turno e  realizar visitas pessoais a grupos sociais, a famílias, a lideranças de bairro e lideranças isoladas.

Os pre-candidatos devem concentrar seus esforços no sentido de se colocarem em uma posição de destaque sem afrontar a vaidade e os interesses de outros pre-candidatos, tarefa que exige um equilíbrio ímpar, coisa que ansiedade impede. 

Qualquer ação que lembre uma campanha política neste período pre-eleitoral, quando não é desastroso, é no mínimo inócuo e serve somente para gerar gastos. 

Ações de campanha mais ostensivas devem acontecer a partir de março do ano da eleição e mais efetivamente, depois das convenções partidárias.

Isso não quer dizer que o pre-candidato não tenha que fazer nada, ele term muito o que fazer, mas não é campanha, suas ações  são observadas por toda a comunidade e certamente terão grande influencia no resultado das eleições, mas definitivamente, não é campanha. 

Os pre-candidatos têm um tempo para se fazerem conhecidos e outro tempo para convencer os eleitores, o pre-candidato que já é conhecido vai somente fazer campanha, já o pre-candidato menos conhecido tem que primeiro se fazer conhecido.
Nesta ação de se fazer conhecido alguns se atropelam, gastam dinheiro desnecessariamente e afugentam alianças. 

Em política eleitoral, tudo a seu tempo, quem não cumprir o cronograma que não é seu, mas sim do sistema, que põe o cavalo na frente da carroça, acaba refém de seu atropelo.