Em 1968 eu
tinha 20 anos e aplaudi com entusiasmo os feitos das revoltas populares que
aconteceram na França, iniciando pelos estudantes e se alastrando por toda a
República francesa com repercussão e influência em todo o mundo ocidental.
A esquerda influía nos costumes, era
um pensamento cheio de poesia, jovial e
pueril.
Teve seus aspectos positivos no que
se trata de conter abusos da direita, de começar a valorizar os direitos
humanos.
Naquela época se me deparasse com um
discurso como o que Sarkozy fez ao tomar
posse como presidente da França, pediria no mínimo sua crucificação.
Em minhas leituras me deparei com uma
tradução do discurso feito por Sarkozy ao assumir o cargo de Presidente da
República da França, concordo com o conteúdo e considero que um dia será
proferido por alguém neste país.
Vou
Reabilitar o Trabalho
Derrotamos a frivolidade e a Hipocrisia
dos intelectuais progressistas. O pensamento único daquele que sabe tudo e que
condena a política enquanto a mesma é praticada.
Não vamos permitir a mercantilização
do mundo onde não há lugar para a cultura:
Desde 1968 não se pode falar em
moral. Haviam-nos imposto o relativismo.
A idéia de que tudo é igual, o
verdadeiro e o falso, o belo e o feio, que o aluno vale tanto quanto o mestre,
que não se pode dar notas para não traumatizar o mau estudante.
Fizeram-nos crer que a vítima conta
menos que o delinqüente.
Que a Autoridade estava morta, que as
boas maneiras haviam terminado.
Que não Havia nada sagrado, nada
admirável.
Era o slogan de 68 nas paredes na
Sorbone:” VIVER SEM OBRIGAÇÕES E GOZAR A VIDA SEM TRABALHAR”.
Quiseram terminar com a escola de excelência
e do civismo.
Assassinaram os escrúpulos e a ética.
Uma esquerda hipócrita que permitia
indenizações milionárias aos grandes executivos. É o triunfo do predador sobre
o empreendedor.
Esta esquerda está na política, nos
meios de comunicação, na economia.
Ela tomou o gosto pelo poder.
A crise da cultura do trabalho é uma
crise da moral.
VOU REABILITAR O TRABALHO.
Deixaram sem poder as forças de ordem
e criaram uma farsa:
“Abriu-se uma fossa (fosso) entre a
polícia e a juventude”.
Os vândalos são bons e a polícia é
má.
Como se a sociedade fosse sempre
culpada e delinqüente inocente.
Defendem os serviços públicos, mas
jamais usam transporte coletivo,
Amam tanto a escola pública, mas seus
filhos estudam em escolas privadas.
Dizem amar a periferia e jamais vivem
nela.
Assinam petições pedindo a revogação,
quando expulsa um invasor de moradia, mas não aceitam que o mesmo se instale em
sua casa.
Essa esquerda que desde maio de 1968
renunciou ao mérito e o esforço, que atiça o ódio contra a família, contra a
sociedade e contra a república.
Isto não pode ser perpetuado num país
como a França e por isso estou aqui.
Não podemos inventar impostos para
estimular aquele que cobra do Estado sem trabalhar.
Quero criar uma cidadania de deveres,
depois os direitos.
Nicolas Sarkozy
Presidente da França
Recado de Sarkozy em sua posse aos
que acostumaram a viver como proxenetas de um discurso esquerdista que sempre
alimentou os que não sabem pensar por conta própria.
Até parece que Sarkozy falou para os
nossos intelectuais e para a esquerda tupiniquim.
O intelectual de esquerda brasileiro
ama Cuba e diz maravilhas da ilha do Dr. Castro, mas o apartamento de férias
está em Paris.
Quando nossos políticos assumirem o
tom de Sarkozy, será a nossa redenção.