quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Economia Brasileira - Futuro nebuloso

Ao mesmo tempo que os índices econômicos mostram um cenário espetacular, as previsões indicam um cenário nublado e preocupante.
Estatísticas do IBGE:

A taxa de desemprego fechou o mês de dezembro em 5,3%, informa o IBGE. Na média anual, o índice ficou em 6,7% o mais baixo em oito anos.
Na mesma galeria de informações vieram duas informações positivas: cresceu o emprego formal , com registro em carteira e aumentou a renda do trabalhador.

Simultaneamente o FMI e o IPEA prevêem:

O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas - IPEA - Ligado ao Governo prevê que a inflação de 2011 vai fechar acima do centro da meta oficial, que é de 4,5%.
O Fundo Monetário Internacional - FMI alterou para o alto sua estimativa para o déficit fiscal brasileiro: 3,1% do PIB.  1,9 % acima do que previra há dois meses.

O FMI anotou em seu texto que a “deterioração” das contas do país é “especialmente pronunciada”.
O que aconteceu?
O espetáculo de crescimento ameaça virar cinzas?

Essas informações com certeza estão tirando o sono de nossa presidente, entretanto quando a Ministra do Planejamento Miriam Belchior anunciou possíveis cortes no PAC, Dilma repetiu três vezes em público: 
"Nós não vamos contigenciar o PAC."

Ajustar desequilíbrios exige sacrifícios, enquanto a Presidente limitar a abrangência do contingenciamento, o ajuste será mais demorado e mais penoso.
Porque não o PAC, por ter sido uma bandeira de campanha?

Descuidamos do equilíbrio para mostrar aos eleitores que nossa situação econômica era muito superior a realidade, permitindo expansão exagerada no meio circulante, no crédito, propiciando a população uma sensação de fartura, faustosidade, bem estar. 

Para evitar a uma situação de retrocesso na economia teremos que puxar o freio, contigenciar em todo lugar onde haja orçamento, no PAC ou fora dele.  

Afinal, não éramos tão espetaculares, brincávamos de ricos.

  

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Uma bela e triste poesia de Ana Akhmátova

Todos nós, um dia, já magoamos e já fomos magoados, a autora reproduz com perfeição em seu texto poético o sentimento da alma humana.




torci os dedos sob a manta escura . . .

Torci os dedos sob a manta escura...
"Por que tão pálida?"  ele indaga.
- Porque eu o fiz beber tanta amargura
Que o deixei bêbado de mágoa.

Como esquecer?  Ele saiu, sem reação,
A boca retorcida, em  agonia...
Desci correndo, sem tocar no corrimão,
E o encontrei no porão, quando saía.

"É tudo brincadeira, por favor,
Não parta, eu morro se você for.
E ele,  com um sorriso frio,  isento,
Me disse apenas: "Não fique ao relento."

Anna Akhmátova

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Políticos e eleitores, uma relação de dependência


Os grupos políticos independentemente de partidos, diferentemente dos grupos sociais e familiares se aglutinam por interesses políticos e muitas das vezes, interesses financeiros.
Em uma situação sócio-econômica de baixa taxa de empregatividade, como no Brasil, as pessoas se aproximam do políticos e seus grupos muito mais a procura de ações de favorecimento pessoal de que propriamente por coincidência de idéias, o que faz o grupos relativamente frágeis. 
As pessoas procuram os políticos em busca de favores e os políticos atendem as pessoas por interesse eleitoral, criando um circulo vicioso que ambos são reféns uns dos outros.
O político que consegue sobressair em uma ampla área, por sua atuação política, seus talentos pessoais, sua oratória, suas posições diante dos problemas coletivos, conseguem conquistar um eleitorado que vota pela sua postura são menos vulneráveis a dependência, por outro lado, o político que aglutina eleitores com favores, sem muita postura ou ideologia acaba refém dessas pessoas.
Aqueles que eram seus seguidores, quando não recebem os benefícios, especialmente emprego, muitas das vezes ficam revoltados e tornam-se inimigos do político que antes era seu lider.
Ninguém consegue se livrar totalmente desse tipo de cobrança, entretanto quando o político não tem propostas que beneficiem o coletivo e ideologia, são fadados a esse tipo de questionamento.
Esse comportamento fragilisa a democracia brasileira e empobrece a política.
Somente uma revolução pela educação e uma melhor distribuição de renda e oportunidades poderá romper esse circulo vicioso que aflige a República Brasileira e libertará do cativeiro políticos e eleitores.
Cabe ao congresso nacional acelerar a reforma política e criar condições para nossas eleições sejam menos fisiológicas.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Transporte Público, muito a desejar!!!!


Estuto feito pelo Ipea revela que, na última década, os gastos do brasileiro com transportes se igualaram à despesa com alimentação.
Em 2000, o cidadão gastava, em média, 18,7% de seu orçamento para se locomover e 21,1% para comer.
Em 2010, os dispêndios com transportes subiram para 20,1%. E o pedaço do orçamento consumido em comida caiu para 20,2.
Pesquisa nacional detectou que 44,3% da população tem nos transportes públicos seu principal meio de lomoção. O índice é maior no Sudeste: 50,7%.
A despeito disso, a quantidade de ônibus em circulação no Brasil cresceu menos na última década do que o volume de veículos particulares.
Para cada ônibus novo que chega às ruas, surgem 52 automóveis. Verificou-se uma mudança no perfil da composição da frota particular.
Em 2000, os carros correspondiam a 62,8% do total de veículos do país. As motos somavam 13,3%.
Hoje, os automóveis respondem por 57,5%. A quantidade de motocicletas quase que dobrou: 25,2%.
Agora, há nas ruas das cidades brasileiras um ônibus para cada 427 habitantes. Em 2000, havia um para 649 pessoas.
A proporção de automóveis é, hoje, de um para cada 5,2 habitantes. Há dez anos, havia um caro para cada 8,5 pessoas.
Divulgados nesta segunda (24), os dados do estudo indicam que quase 50% de todos os usuários de ônibus encontram-se na região sudeste.
A maioria dos que usam motos (43,4%) mora em cidades do Nordeste. Estão nessa região também o grosso dos que se declaram adeptos da bicicleta (45,5%).
Perguntou-se aos entrevistados qual o meio de transporte que mais utilizam para se mover em suas cidades.
No total nacional, depois dos transportes públicos (44,3%), vieram o carro (23,8%) e a moto (12,6%). A seguir, uma curiosidade:
O número de brasileiros que declaram que se movimentam a pé (12,3%) é maior do que a taxa dos que disseram utilizar a bicicleta (7%).
A proliferação dos carros exerce sobre a percepção das pessoas um efeito instantâneo: 69% disseram enfrentar engarrafamentos diários.
O que há de mais revelador nas dobras do estudo do Ipea é o reforço de uma evidência: o Brasil é um país por fazer em matéria de transportes públicos.
Fonte: IPEA - Instituto de Pesquisas Economicas Aplicadas