quinta-feira, 26 de novembro de 2009

OS CORONEIS DO SÉCULO XXI

Durante todo o século XX, uma figura bastante corriqueira foi o "CORONEL", indivíduo que exercia o poder usando como massa de manobra um contingente populacional ignorante, desinformado, carente de tudo, desde alimentação até instrução, passando por saúde, segurança e a seu modo "justiça".

Esse poder era exercido por uma coerção absolutamente autoritária motivada por necessidades básicas e mínimas que o coronel supria, tais como por exemplo, a distribuição de dentaduras, seguido por uma distribuição de proteção institucional. Aos amigos os benefícios da lei e aos inimigos os rigores da lei.

É inegável que o país evoluiu, especialmente nos últimos 30 anos, criou-se políticas públicas, que mal ou bem trouxeram ao cidadão a presença do Estado dando-lhe cidadania e minimizando sua dependência dos "coronéis", especialmente depois da promulgação e entrada em vigor da Constituição de 1988.

Ficou muito mais dificil exercer o domínio sobre um indivíduo que tem o SUS, que mesmo tão mal falado, é a âncora das políticas públicas básicas, uma previdência unificada que paga religiosamente seus beneficiários, moradia através do sistema financeiro habitacional, dentre outras que transformaram esse nosso Brasil.

Longe de alcançar o ideal, nem mesmo o razoável, com uma condição social melhor, o CORONEL do século passado perdeu sua força, perdeu seus eleitores, perdeu o domínio, mas deixou arraigado o costume de ovelha no cidadão e a "pecha" de que os "coitadinhos" são sempre necessitados, o hábito do clientelismo.

Entra em cena, a figura das "lideranças", dos movimentos sociais, das associação de moradores que se associam a milicias, de organizações não governamentais, nacionais e importadas que se arvoram em falar em nome do povo, sem mandato para tal, uma vez que proporcionalmente a representatividade dessas entidades é muito pequena. Portam-se como os arautos da sabedoria, da justiça e da moralidade, promulgando sentenças sobre o que é certo ou errado, desobedecendo ordens judiciais, descumprindo leis, praticando a desobediência legal intencionalmente.
Essas atitudes, vêm enfraquecendo as instituições e pondo em risco o estado de Direito e o grau de confiabilidade que se pode ter no país. Houve um tempo que ações deste tipo tiveram seu benefício, quando tratava-se de enfraquecer a ditadura, o que foi feito, entretanto hoje com o Estado Democrático em pleno vigor, não mais se justifica.
Essas tais "lideranças", de todos os matizes ideológicos, de todas as classes sociais, que vão desde a ocupação de terras, o fechamento de ruas, a ocupação de órgãos e prédios públicos, que são praticadas pelos sem terra e também por pseudo ambientalistas que partem para o vandalismo, orientados por organizações não governamentais internacionais, cujos interesses podem ser questionados.
Esse pessoal usa o cidadão como massa de manobra, os meios de comunicação divulgam, dando destaque positivo ou negativo, de acordo com seus interesses de cor marron.
Comportam-se como os coroneis e jagunços de outrora, não mais distribuindo dentaduras, garantindo a impunidade com o "Delegado de Polícia" nomeado que prende e solta a pedido do coronel.
O enredo é o mesmo só mudaram o cenário, são os coronéis do século XXI.