Destaquei trechos do artigo publicado pela Ana Celia Pinheiro, que valem a pena uma reflexão.
Às vezes, é preciso contrariar a opinião pública, para salvar a própria opinião pública.
A frase acima foi proferida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
É grave, muito grave que ministros do Supremo Tribunal Federal prefiram resguardar a própria imagem, em vez da Constituição.
E mais ainda quando se constata que tais ministros se acovardam diante de um fantasma criado pela manipulação e cegueira de meia dúzia de cidadãos que insistem em perverter as opiniões alheias, com o objetivo de impor a todos nós o seu sectarismo. Ou, simplesmente, porque lhes interessa, por conveniências conjunturais, partidárias ou até financeiras, “cassar” determinados políticos.
E quem reduz toda essa discussão a uma questão de ser contra ou a favor da Lei da Ficha Limpa ou é muito burro, ou é sectário, ou mal intencionado. Ou, quem sabe, as três coisas juntas.
O que se discute são as conseqüências, para o Estado Democrático de Direito, da maneira como se está a tentar aplicar a Lei da Ficha Limpa.
Está é a se expor nessa arena desgraçada desse grande circo romano, por perceber o perigo que esse rombo constitucional representa para todos nós.
Em outras palavras: os “mocinhos” dessa fita, ao contrário do que alguns imaginam, somos nós.
Essa é uma questão fundamental para todos nós, porque nos resguarda, nos protege, da possibilidade de amanhã algum governo, ou algum “candidato” a ditador, usar desse tipo de coisa para nos perseguir, cassar os direitos políticos e até nos atirar na prisão.
Exagero? Não, infelizmente, não. Porque quando a gente permite um rombo desses no Estado de Direito, até o absurdo pode virar realidade.
Tão nocivo para a Democracia é o fato de se introduzirem mudanças, a qualquer tempo, no processo eleitoral.
E o que a gente não pode permitir é que os interesses eleitoreiros de alguns nos transformem em simples massa de manobra, em mera escada, para que eles possam atingir seus objetivos, mesmo que seja à custa dessa Democracia ainda tão frágil, que suamos tanto para conquistar.
Defendo a constituição e a democracia hoje, porque outrora já estive preso por defende-la.
Osorio Pacheco
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