quarta-feira, 25 de agosto de 2010

NOSTALGIA

Esta semana deparei com uma demolição na Rua Lauro Sodré que remeteu meu pensamento para minha chegada em Tucuruí, em 10 de maio de 1977.

O prédio de número 63 da Lauro Sodré, em frente a Delegacia de Polícia de então, abrigou meu primeiro escritório nesta cidade, Escritório Pacheco, Contabilidade e Advocacia, cuja pessoa jurídica chamava-se Osório Pacheco & Associados S/C Ltda.

Cheguei em Tucuruí naquele 10 de maio, depois de uma viagem de reconhecimento, me hospedei no Hotel Rio Doce e saí a procurar um ponto para me estabelecer.
No dia seguinte de minha chegada, encontrei um ponto que viria a ser meu escritório, o início de uma trajetoria que já demora 33 anos.

O predio estava ocupado com uma pequena quitanda, com comercio de frutas, adquiri o direito de alugar o predio comprando o estoque de frutas dos locatários. 
Vendi as frutas para o Restaurante Bonecão, onde fazia minhas refeições, reformei o prédio e em menos de uma semana estava lá funcionando o escritório Pacheco, Contabilidade e Advocacia.

Eu contador e minha esposa de então, advogada, fizemos de tudo naquele escritório.
Processos cíveis e criminais, abertura de firmas, projetos econômicos e financeiros para empresas, contabilidade em geral, propostas para licitações de empreiteiras,  contratos de casamento (vivência em comum), escrevemos carta para analfabetos e muito mais. 

Foram meus funcionários, o Evandro, ainda menino, filho do finado Fofoca e o Miguel da Silva Estumano, na época, jovem estudante. 

Foram tempos muito bons, tempos de desafios, tempos de um Brasil que pensava em crescimento, onde o Presidente da República dizia, "no Brasil de hoje, Quem correr fica pra traz, tem é que voar".
Também tempo que as liberdades eram restritas, tempos politicamente difíceis pra quem não queria se encabrestar.
Um ano depois me envolvi com a indústria madeireira e vendi o escritório para o Favacho e o Adélio Mendes. 

Chegando a cidade, fiquei observando o ambiente social e político e passei longo tempo sem envolvimento político partidário, mesmo já tendo sido do MDB e participado de política estudantil.

O desenrolar de minha trajetória é assunto para um artigo ou uma série de artigos, entretanto hoje quero registrar a nostalgia que senti ao ver demolido o prédio que me abrigou há 33 anos. 

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