sábado, 27 de novembro de 2010

A OCUPAÇÃO DA VILA CRUZEIRO INICIOU HÁ MAIS DE UMA DÉCADA

A violência do Rio de Janeiro está ocupando o noticiário de toda a semana, aterroriza as pessoas mas é um fato positivo.
A violência, reação dos bandidos A um avanço das forças de segurança.

Entretanto o que vejo como mais positivo é a apoio da população as ações das forças de segurança, as forças do estado brasileiro.

Em passado relativamente recente, uma operação como a que foi implementada nestes últimos dias no Rio de Janeiro, seria rechaçada pela população de trabalhadores, especialmente dos moradores residentes nas favelas, por uma série de circunstâncias, que combinadas criavam um clima de apoio da população para com a bandidagem.

  • Herdada da primeira República, quiçá do Império, um ambiente de corrupção Institucional, especialmente nas forças policiais  faziam com que a população visse sempre o policial como um opressor chantagista e oportunista. 
  • Durante o Regime Militar, as forças de Repressão Política se misturaram com as forças de segurança pública, criando um clima de rejeição, de completa antipatia da população para com a polícia, especialmente nas comunidades mais carentes. 
  • A cidade se expandiu surgindo as favelas e o poder público não conseguiu impedir, nem tampouco assistir. Vários programas de desfavelamento simplesmente fizeram surgir novas favelas construidas pelo estado. 
Com o crescimento das favelas e com uma população  completamente desassistida de serviços públicos, especialmente de saúde, educação, transporte público e urbanização, aliados a antipatia a "polícia", os bandidos fizeram as vezes do estado, ofertando um mínimo de serviços em troca de apoio das comunidades. Esse quadro perdurou por muito anos, criando um estado  independente dentro do estado, com suas próprias leis, regras e território.

A ocupação da favela da Vila Cruzeiro e o cerco ao complexo do Alemão não começou esta semana, isso começou há uns 12 anos, com a expansão dos serviços públicos para as comunidades antes marginalizadas, com o fortalecimento do SUS, com o surgimento do Programa de Saúde da Família, com a criação do FUNDEB, enfim, com as melhorias sociais acometidas pelos governos de Lula e FHC.

A criação das UPP Unidade de Polícia Pacificadora tem sido uma experiência positiva, uma metodologia de integração das forças de segurança com as comunidades, neutralizando aquele ranso que sempre existiu a respeito de polícia.

Enfim estamos próximos de derrotar e eliminar o estado que o crime organizado  criou dentro do estado, onde não existem garantias constitucionais, não tem direitos individuais,  execuções sumárias são freqüentes e corriqueiras, todavia,  outrora foi o único estado certa faixa da população conhecia, diante de décadas de abandono pelo estado oficial.


Parabéns ao Povo do Rio de Janeiro, Parabéns ao Governador Sergio Cabral.

Um comentário:

Anônimo disse...

O estado paralelo é uma evidência, acabar com ele é o dever do estado, até para justificar sua existência.
Sua análise da evolução da ocupação a partir da oferta de serviços públicos é muito correta.