domingo, 31 de outubro de 2010

A ALEGRIA E A CONSTATAÇÃO DO ÓBVIO

Estive em Belém, no Shoping Boulevard, lá inauguraram um espaço com sete salas de cinema de primeira qualidade.
Entre um compromisso e outro resolvi assitir ao filme Tropa de Elite II, um espetáculo, porem o que quero relatar aqui é a respeito da imensa alegria que senti.
Ao comprar o ingresso, chegando minha vez, perguntei ao atendente quanto era o preço, uma vez que minha dificuldade visual aliada a falta da lente de contado do olho esquerdo prejudicava a visão a ponto de não saber qual era realmente o preço do ingresso.
Qual foi a minha surpresa quando o atendente me perguntou: 
__O senhor tem gratuidade?
Respondi que não sabia, afinal não sabia mesmo. O atendente insistiu: 
__O senhor tem mais de sessenta  anos? 
Aí eu entendi e respondi: 
__Sim tenho sessenta e dois anos.
O atendente me disse a frase que me causou imensa e inesperada alegria: 
__O senhor tem direto a gratuidade, tome aqui seu ingresso, não precisa pagar nada.
__O senhor tem documentos, o porteiro vai lhe exigir.
Aquilo no momento foi para mim como se fosse uma criança que recebe um presente surpresa.
Inexplicável e surpreendentemente, aquela frase pronunciada pelo atendente e a surpresa de ganhar aquele ingresso me causou uma alegria que inundou meu ser, como há muito não experimentava.
Segui para a sala seis do cinema e para minha decepção e a constatação do óbvio, me dirigi ao porteiro com o documento de identidade na mão e este não quis nem olhar o documento para comprovar minha "tenra" idade.
Fiquei triste com a constatação do óbvio de minha aparência de idoso.
Coisas que a gente sabe, convive todos os dias, mas quando se constata, de alguma forma nos atinge.
O ser humano tem mistérios em sua mente que desconhecemos, nunca imaginei que uma surpresa destas pudesse me alegrar tanto.
Doravante vou freqüentar mais os cinemas, quando for a capital e vou verificar se em Tucuruí também tem a mesma colher de chá.

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